domingo, 13 de janeiro de 2013

Carnes vermelhas e processadas e AVC. Verdade ou Mito Urbano?

Quem procura informação sobre alimentação saudável nas várias fontes actualmente disponíveis encontra muitas vezes que as carnes vermelhas e processadas devem ser evitadas. Mas quais a "provas" científicas por trás deste facto? Será verdade ou apenas mais um mito urbano?

Um artigo publicado em Janeiro de 2013 no European Journal of Clinical Nutrition decidiu rever as evidências existentes!

De facto, as Doenças Cardiovasculares são apontadas como a principal causa de mortalidade e de incapacidade nos países desenvolvidos. A carne, apesar de ser um fornecedor de proteína de elevado valor biológico, também fornece gordura e colesterol. Portanto, o seu consumo tem sido várias vezes associado com vários tipos de cancro, diabetes e doenças cardiovasculares.

Entra na categoria de "carne vermelha" toda a carne que não foi sujeita a processamento proveniente de vaca, vitela, porco, cabrito e borrego, e "carne processada" como qualquer peça de carne que foi sujeita a processos de conservação como o fumado, a cura, a salga ou a adição de preservantes químicos (fiambre, salame, salsichas).

Neste artigo foi possível encontrar uma associação positiva entre o consumo de carnes vermelhas e processadas e o risco de Acidente Vascular Cerebral nos 9500 casos observados. Este risco era 15% superior para quem consumia ambos os tipos de carne, 9% superior para quem consumia apenas carnes vermelhas e 14% superior para a ingestão de carnes processadas. 

Mais quais os mecanismos associados?

  • Tem sido observada uma relação positiva entre o consumo de carnes vermelhas e o desenvolvimento de aterosclerose, com o aumento da Pressão Arterial e do risco de Hipertensão.
  • Outros constituintes das carnes vermelhas e processadas, como o Sódio, têm um efeito prejudicial na estrutura vascular

Através da análise deste estudo podemos concluir que a moderação continua a ser a melhor conselheira. Em nenhum estilo alimentar existem alimentos proibidos mas existem prioridades! A atitude correcta a adoptar neste caso não deverá ser a retirada total destes alimentos do dia-a-dia mas a sua substituição por carnes brancas e pescado, frutas, leguminosas e vegetais como mais uma medida de prevenção de Doenças Cardiovasculares, principalmente o AVC.


Fonte: Chen G.C. et al, Red and processed meat consumption and risk of stroke: a meta-analysis of prospective cohort studies, European Journal of Clinical Nutrition, 67, 91–95, 2013  
 

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